Arandir
beija o moribundo.
E então toda natureza humana é desnuda no asfalto.
Há muitos anos lembro-me de ter passado uma linda e especial noite de lua, numa praia de Alagoas, conversando sobre Nelson Rodrigues.
Não dá pra falar dele sem paixão!
O beijo despretensioso e espontâneo torna-se um pesadelo, onde sentimentos mesquinhos são levados à superfície.
A obra é rica demais e abre portas para muitos significados e interpretações.
Num mesmo local enquadramos morte, doçura, crueldade, vazio, apelo, ganância, oportunidade, maldade.
Sentimentos, emoções, atitudes misturadas entre pessoas misturadas pelo acaso.
Nossos monstros nos assombram pela vida a fora, até que resolvamos enfrenta-los e percebamos que são apenas reflexos desfigurados pelos nossos medos.
Como a lua, temos nosso lado escuro que precisa ser descoberto, despido, enfrentado.
A fofoqueira Matilde, ávida por movimento em sua história, olha a vida do outro para significar a sua própria. Mas quem conta um conto, aumenta um ponto, fala o ditado. E os pontos são aumentados na proporção de suas frustrações.
Amado não amava, e seus vazios eram preenchidos por mentiras poderosas. Talvez sentisse mais homem sendo um deus, deus com letra minúscula mesmo.
E então toda natureza humana é desnuda no asfalto.
Há muitos anos lembro-me de ter passado uma linda e especial noite de lua, numa praia de Alagoas, conversando sobre Nelson Rodrigues.
Não dá pra falar dele sem paixão!
O beijo despretensioso e espontâneo torna-se um pesadelo, onde sentimentos mesquinhos são levados à superfície.
A obra é rica demais e abre portas para muitos significados e interpretações.
Num mesmo local enquadramos morte, doçura, crueldade, vazio, apelo, ganância, oportunidade, maldade.
Sentimentos, emoções, atitudes misturadas entre pessoas misturadas pelo acaso.
Nossos monstros nos assombram pela vida a fora, até que resolvamos enfrenta-los e percebamos que são apenas reflexos desfigurados pelos nossos medos.
Como a lua, temos nosso lado escuro que precisa ser descoberto, despido, enfrentado.
A fofoqueira Matilde, ávida por movimento em sua história, olha a vida do outro para significar a sua própria. Mas quem conta um conto, aumenta um ponto, fala o ditado. E os pontos são aumentados na proporção de suas frustrações.
Amado não amava, e seus vazios eram preenchidos por mentiras poderosas. Talvez sentisse mais homem sendo um deus, deus com letra minúscula mesmo.
O
delegado Cunha com suas manobras para colocar fora de foco toda a sua
agressividade.
Selminha que de tão frágil se tornou covarde, e era a única que deveria ser forte.
Os personagens, um a um, mostram os seus abismos em cenas maravilhosas.
Profundos abismos de cada um!
Selminha que de tão frágil se tornou covarde, e era a única que deveria ser forte.
Os personagens, um a um, mostram os seus abismos em cenas maravilhosas.
Profundos abismos de cada um!
De
todos nós.
Afinal
de contas qual a nossa proporção de maledicência?
E
a nossa ganância como anda?
Sede
de poder? Maldade? Inveja?
Nossa
pouca paciência, nossos rompantes.
E
nossas covardias?
Ah!
Meu Deus! A covardia... Meu pior entrave, meu engulho, meu asco. Minha pior
ofensa: ser covarde.
Tudo
que mais abomino passa pela covardia.
E
pergunto-me sempre: quais as minhas? Aonde me escondo? Quais os olhos que evito
fitar?
É melhor a gente não se ver diferente disso tudo, porque enfrentar nossa sombra é o primeiro passo para iluminar nossa alma.
O Beijo no Asfalto...
É melhor a gente não se ver diferente disso tudo, porque enfrentar nossa sombra é o primeiro passo para iluminar nossa alma.
O Beijo no Asfalto...
Nenhum comentário:
Postar um comentário