Postagens populares

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O COSMOS PERVERTIDO.

Eu tenho uma amiga (que não vejo há muitos anos e hoje mora em São Paulo) que inventou de ser astróloga (além de advogada). Uma vez ela fez o meu mapa astral. Eu achava legal as histórias dos planetas, sempre fiquei encantada com mitologia. Mas acreditar em astrologia não é muito o meu forte.
De qualquer forma, ficaram as histórias...

Ela falou que meu Saturno estava em péssima posição, retrógrado, e sei lá mais o que. Odiei Saturno desde deste dia.
Com um pouco de propriedade, depois descobri que Saturno é o planeta do tempo, um implacável.
O tempo passa, quer queiramos ou não.

Na época via o tempo como meu inimigo. Talvez porque meus vinte e poucos anos me fizessem querer uma urgência sem muita maturidade. Se amava, tinha que ser pra ontem. Se precisava de algo, não podia esperar um segundo. O tempo acabaria com tudo se o deixasse correr.
Doce ilusão, pois o tempo corre.... e muito.
Realmente tinha que ter no meu "mapa" algo de inimizade entre eu e este velho maluco do tal Saturno.

Hoje, com uma certa maturidade, compreendo este velho, e não mais o encaro como um inimigo.
Foi nas barbas brancas dele que deixei muitas frustrações.
Foi em suas costas que me segurei quando precisei respirar, pois a dor de ter perdido minha mãe e meus irmãos me sufocava.
E o velho rabugento foi, aos poucos, se tornando um amigo com certas ressalvas.
Ele é mesmo impiedoso, mas às vezes o melhor amigo.

Isso tudo me faz lembrar um dia, em 2006, que eu estava numa comissão de propaganda.. Liz, uma amiga bem mais esotérica que eu, disse que o Cosmo estaria aberto às 4 horas da tarde.....
Eu, então, me encarreguei de espalhar o tal arreganhamento do Cosmo, e que todos deveriam fazer um pensamento positivo e coisa e tal.
Fiz uma revolução!
Naquele fim de setembro, com gosto de fim de ano, parecia urgente que todos se programassem para que 2007 fosse um ano melhor.
4 da tarde toda a comissão sumiu da sala.... e fomos abraçar uma árvore no estacionamento.
Não sei se o Cosmo estava mesmo abertão, mas aquelas mãos que se entrelaçaram em volta da árvore (fazendo um papel pra lá de esquisito para os manobristas do órgão em que trabalho) viraram amigas de verdade.
Eu, Liz, Fla, Telzinha, Fab e Bela.
Agora nos encontramos com freqüência, não somos apenas colegas.

Pensar nisso é tão bom, me faz lembrar que existem coisas boas em momentos ruins. Minha mãe morreu poucos dias após isso.... mas abraçar aquela árvore, e saber que o tal Cosmo pervertido estava arreganhado foi um momento mágico e inesquecível na minha vida.

E você que ler estas linhas, lembre-se de olhar o céu... e quem sabe, abraçar árvores.
E se puder, lembre-me disso também.
Às vezes eu esqueço...

Nenhum comentário:

Postar um comentário