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sexta-feira, 17 de junho de 2011

A visão Saturniana.



Estava pensando nas pessoas que eu amo.
Pessoas que cruzam, ou cruzaram em algum momento, a minha vida e marcam meu caminho.
Mas o que é o meu caminho?
Onde ele começou e onde vai terminar?
Ele é apenas a marca deste ser que penso que sou eu, registrado em cartório e nascido em 3 de agosto?
Meu caminho é só isso? Um caminho para lugar nenhum?
Como disse Oscar Wilde, a vida é apenas um tempinho horroroso cheio de momentos deliciosos?
E afinal que tempinho horroroso é este?

O tempo é uma criação humana!
O dia não tem lógica fora do nosso minúsculo planetinha.
Não o dia que conhecemos.
Afinal de conta se vivêssemos em Saturno eu teria menos de dois anos... pois o ano é o período da translação em torno do sol do nosso planeta. Se nosso planeta fosse Saturno, tudo mudaria.
E tem mais: Deus não fica gritando um segundo, mais um segundo, mais um segundo, mais um segundo.... estipulando a marcação dos segundos.
Segundos que, por sinal, tem relação com as horas, que tem relação com o dia, que tem relação com o nosso planeta Terra e, se assim não fosse, o que chamamos segundo poderia durar horas, dias, anos.
Deus não criou o tempo, Deus criou a eternidade.

Mas o que dizer diante da eternidade?
Se eternidade não tem fim nem começo, e se somos eternos, não temos nem fim nem começo.
No que quer que você acredite, você veio de algum lugar e vai para algum lugar.
Seja lá qual for a sua fé você acredita numa continuidade. Mesmo que acredite que vai virar apenas pó, este pó não vai sumir.
E quando sentimos este despertar para a eternidade descobrimos que tudo que achamos real são ilusões.
Ou você acha que oitenta anos é alguma coisa diante da eternidade?

E essa angústia diante da morte????? Porque não temos a mesma angústia diante do nascimento? Onde estávamos antes de nascer? Ou não estávamos em lugar algum? E se não estávamos, porque não nos apavoramos diante desta não existência?

Vamos além... como podemos dizer que nos conhecemos quando nem sabemos de onde viemos e para onde vamos?
Quem somos realmente?
Nossa profissão nos define?
Nosso estado civil?
Nossa condição financeira?
O número de filhos que temos?
Nosso sobrenome?
Isso é pouco diante da eternidade.
Bem pouco!

Quando começamos a sentir a eternidade dentro de nós, sentimos a eternidade dos que caminham ao nosso lado.
Despertamos para uma tolerância que não conhecíamos.
Percebemos a pequenês de problemas que na verdade nem existem.
Nos livramos dos grilhões do tempo.
Destruimos a culpa que nos mantém reféns, e aprendemos a aceitar os "erros" como aprendizado.
Começamos a despertar a nossa consciência para o fato de que não precisamos ter nada, e que somos tudo que precisamos.

Somos maiores do que supomos.
Nenhum problema nesta nossa vidinha é grande o suficiente para arranhar de leve nossa eternidade.
E então, com paz, aprendemos a não nos desesperar diante de coisa alguma.
Tudo que percebemos é um reflexo apenas do que achamos que conhecemos.
Tudo ilusão.
Vejam, eu não tenho nem dois anos, na visão saturniana.

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