Na movimentada capital neste último fim de semana.... caí num BURACÃO DESGRAÇADO.... e perdi uma calota de Raposão (nome do meu carro).
Estou danada da vida!
O carro fica muito feio sem calota, e é cara!
Fora que no mesmo dia um Ford Ka quase batia em mim. O louco virou de vez e eu ia em frente. Se não freio logo, puft!
E minha paciência que não tenho, onde fica???????
Tento respirar, tento não perder a calma diante de um trânsito cada vez mais irresponsável. Mas é muito difícil ser cristã no meio de um inferno de lata.
Aqui no meu mundo bucólico, no Reino Encantado de Mucinho, deixo o carro na garagem e vivo em câmara lenta.
Tudo, afinal de contas, tem seu lado positivo. O segredo é buscar o lado positivo de tudo.
Estava agora conversando com uma moradora do meu pequeno mundo campestre . A vida as vezes é meio sem graça, meio esquisita. Tem época que tudo fica tão monótono. É um passar de dias. E talvez, neste mundinho simples, onde o estresse é ficção, parece que os dias se repetem. Como viver assim?
O avô de uma amiga minha de colégio fez 100 anos. 100 ANOS! Está lúcido, faz até compras no supermercado. Come tudo, lembra de acontecimentos e nomes como se o tempo tivesse parado. Ficou viuvo aos 90 anos, queria casar novamente, e só não o fez porque não achou a noiva. Qual a fórmula????? O que o faz ter tanto ânimo diante do passar de dias?
Não sei.
Minha amiga acha que é a fé que o mantem em pé.
Conheço gente de fé que está morrendo. Conheço gente cheia de vida que sofre em hospitais. Meu irmão mais velho, nunca o vi blasfemar... tinha uma fé enorme, e morreu aos 41 anos.
A fé ajuda a viver, faz com que a vida tenha um sentido, mas não mantém ninguém vivo.
Talvez a falta de fé mate...
De qualquer forma, acreditar que não estamos aqui de bobeira faz com que a vida tenha algum sentido. Mas quando estamos com uma faca no pescoço, somos nós que temos que olhar para dentro e nos entender.
Uma amiga minha está com câncer de mama. Metástase. E então?
Não sei...
Na verdade eu não sei de nada.
Sei é que tenho que viver o que der, e da melhor forma possível.
Sei que tenho que amar, e ser amada.
Sei que tenho que fortalecer a minhas crenças, minhas esperanças...
Mas não sei o que pensar sobre "a faca no pescoço". Ninguém sabe como vai reagir, nem o que vai pensar... Não existe garantia de conduta quando estamos morrendo.
Lembro de um livro que li. A Morte de Ivan Ilitch, de Tolstoi. Todos ao redor viam que Ivan estava morrendo, mas na sua frente mentiam, dizendo que ele parecia melhor. Todos encenavam um papel, e o moribundo, que também sabia que a morte o espreitava, era obrigado a representar um personagem que não era ele, um otimismo inventado para não constranger os amigos e parentes, encontrando num empregado a única pessoa com quem podia desabafar suas angústias, a única pessoa que dividia com ele a presença da morte. Que tortura ter que sair da vida representando papeis...
Hoje tenho certeza que o segredo é viver o momento presente, com toda intensidade possível. Fazer escolhas corretas no momento presente, como os alcoólatras anônimos. Um dia de cada vez, mas que este dia tenha sentido. Viver sendo forte o suficiente para recusar representar papeis que não gostamos Treinando nossa consciência para não viver apenas respirando, mesmo tendo que morar num Reino Encantado.
Papo pesado hoje, heim?
Ah! Coisas estranhas acontecem num dia de chuva .... no meu mundo bucólico.
Crônicas do dia-a-dia e alguns pensamentos. A vida cotidiana tem muitas histórias que merecem ser contadas.
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