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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Suculento cadáver!


Saí da caverna e vi um mundo de horrores.
Um mundo onde seres são torturados e mortos, tratados como objeto, ridicularizados, massacrados, humilhados.
Comecei a me perguntar se preciso viver assim, se realmente preciso que outras vidas sejam subjugadas completamente para que eu respire.

Meus olhos se abriram e vi a porta da caverna.
Percebi a imensidão de tudo, e me percebi parte desta consciência que tudo cria, que tudo faz, que tudo percebe, que simplesmente É.
Senti em mim que somos parte integrante de um universo infinito. Todos nós. Todos!
Tudo que existe, na sua composição mais básica, é a mesma coisa.
Diminua a escala e amplie a sua mente!
Diminua a escala e se permita sentir.
Diminua e cresça.
Diminua e sinta Deus!
E vendo que somos todos interligados de alguma forma, me perguntei se o meu alimento condizia com meu propósito de paz verdadeira.

Saí da caverna e me dei conta que não preciso me alimentar de angústias.
Que mundo horrível construímos!
Quanta dor...
Não consigo ver os grandes ícones de sabedoria pegar um pintinho e cortar-lhes o bico para que o estresse não o faça matar seus pares.
Não consigo ver os avatares da humanidade enjaularem uma porca de forma que ela não consiga dar meia volta.
Não consigo ver Jesus espetando um touro por pura diversão, ou retirando um bezerro de sua mãe logo após o nascimento para que possa tomar um copo de leite.
Não consigo ver espiritualidade e tortura, seja lá de que vida for.

Saí da caverna e mudei.
E ao voltar, relembro Platão: ninguém quis saber dos horrores que vi, eles odeiam a verdade e continuam querendo viver de sombras.
Mas não me calo! Não me calo!
Não posso me calar.
Aprendi a linguagem dos animais, e virei sua tradutora.

E você sabe, você sente também.
No fundo cada um sabe exatamente do que falo.
No fundo, cada um sabe a dor que está por trás de um suculento pedaço de cadáver.
E não se perguntar sobre isso não muda o fato: você sabe, você sente...
Não querer ver os horrores não muda o fato de percebe-lo em cada mastigada.
Não é acusação, é contestação!
Enxergar o óbvio....
Eu também comia cadáveres!
E hoje vivo em PAZ.

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