Tem gente que tem medo de fantasmas, tem gente que tem medo de escuro, tem gente que tem medo de rã, tem gente que tem medo de elevador... eu tenho medo do Futuro do Pretérito!
Um tempo verbal safadinho, que chega de mansinho e nos remete a uma melancolia do que nunca existiu.
Incertezas, hipóteses, irrealidades.
É o canto das sereias em forma de verbo.
Eu compraria aquela casa...
Tá! Comprou não? Então pouco importa os motivos, a casa não é sua.
Passou, não deu, foi-se.
Podemos até refletir sobre os motivos de não ter comprado a casa, mas com o intuito de um autoconhecimento, e não de punição.
Mas o Futuro do Pretérito é um malandro, com carinha de anjo. Vai chegando sorrateiro e tomando conta dos nossos pensamentos.
Ah! Eu comprariiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiia aquela casa...
E depois vêm estas perigosíssimas reticências feitas de sonhos que nunca vão se realizar. Ou, pelo menos, quase nunca.
Três pontinhos muito amigos do Futuro do Pretérito.
Quando os quatro resolvem se encontrar numa frase, o horizonte fica nublado.
Paramos hipnotizados com um nó na garganta.
Fracassamos – pensamos – e então colocamos em nossos ombros um tantão de infelicidade.
E se o verbo for PODER, corra!
E corra muito, o mais rápido que puder.
Poderia ter dado certo...
Pronto! Basta um “poderia” deste pra nos manter enjaulados por séculos num mar de possibilidades mortas.
Poderia, poderia, poderia...
Mas não é, não foi, não aconteceu, não rolou.
Passa a página!
Esquece!
A vida é muito curta pra cair nesta pegadinha.
Ah!
Sabe de uma coisa?
Bem que eu poderia ter medo de fantasmas...
Crônicas do dia-a-dia e alguns pensamentos. A vida cotidiana tem muitas histórias que merecem ser contadas.
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